As estatísticas e os fatos revelam que a maioria do povo brasileiro carece, cada vez mais, de ser atendido em suas necessidades humanas básicas, tais como saúde, educação, habitação, saneamento básico, nutrição, segurança pública e transporte público, sendo que as deficiências no atendimento dessas duas últimas questões vêm atormentando, desgraçando e limitando, em grande escala, a vida dos habitantes de nossas médias e grandes cidades, desde o final do século passado.
Atualmente, no caso do Rio de Janeiro, eu excluiria a segurança pública e o transporte público do rol das necessidades humanas básicas e passaria a considerar esses itens como pré-requisitos para que as demais necessidades possam ser alcançadas ou oferecidas. Dessa forma, o binômio segurança pública-transporte público seria o alicerce para a reconstrução de um Rio de Janeiro socialmente justo, visto que esses dois serviços públicos são os únicos que participam e afetam cotidianamente as vidas de todos os cidadãos, independentemente de raça, credo, idade ou posição social.
Segurança pública e transporte público são investimentos de grande monta, de longo prazo, mas com retornos sociais, econômicos, políticos e humanísticos garantidos. São questões que não podem ser contornadas com ações empíricas, paliativas ou maquiagens políticas, haja vista que os fracassos sempre resultam em perdas de vidas humanas. O governo fluminense precisa perceber que a Cidade Maravilhosa nunca terá qualidade de vida sem segurança e transporte, e, por isso, deve investir fortemente nesses setores. Fica uma pergunta: a quem interessa a insegurança, se todos nós estamos perdendo, inclusive os políticos tomadores de decisão e suas respectivas famílias?