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Seria mesmo o Rio de Janeiro uma boa cidade para empreender?

Seria mesmo o Rio de Janeiro uma boa cidade para empreender?

No final do ano passado, mais precisamente em novembro de 2017, o jornal O Globo publicou uma matéria do jornalista Marcello Corrêa intitulada “Rio, a sexta melhor cidade para empreender”.

A matéria tem por base a edição 2017 do Índice de Cidades Empreendedoras (ICE), elaborado pela Endeavor Brasil, que pesquisa a atividade empreendedora em 32 cidades brasileiras.

A Endeavor é uma organização global sem fins lucrativos com a missão de multiplicar o poder de transformação do empreendedor brasileiro.

A sexta colocação do Rio de Janeiro representa um salto de oito posições em relação ao relatório de 2016, quando a cidade maravilhosa ocupava a 14ª posição no ranking nacional. Segundo o ICE, essa ascensão é decorrente, principalmente, pelos avanços em infraestrutura, que produziu certa melhoria no trânsito da cidade. Entretanto, a burocracia ainda representa o principal gargalo na cidade.

O ranking do ICE é liderado, nos últimos três anos, por São Paulo, e mostra Manaus como a última colocada. Vale destacar que o ICE é composto por sete indicadores: ambiente regulatório, infraestrutura, mercado, acesso a capital, inovação, capital humano e cultura empreendedora.

Apesar de apresentar alguma melhora no trânsito e, consequentemente, nos deslocamentos das pessoas, a matéria destaca como grandes problemas do Rio de Janeiro a burocracia para abrir um negócio, a complexidade tributária e os desafios em conectividade, cujas consequências são a diminuição da atividade empreendedora em toda a região metropolitana.

Ainda segundo a matéria, o tempo para a regularização de imóveis pode chegar a 470 dias e para a abertura de uma empresa, 91 dias. A carga tributária é alta, considerando ICMS, IPTU e ISS, e há poucos incentivos fiscais para o empreendedor. Além disso, a baixa conectividade é preocupante, visto que o percentual de pessoas com acesso à Internet de alta velocidade é de 10,97%, abaixo da média nacional, de 11,31%.

Agora, analisando friamente o resultado do estudo da Endeavor, sem bairrismo ou qualquer outro sentimento em favor do Rio de Janeiro, já que sou carioca, vivo e gosto muito da cidade, acho que o ICE foi extremamente benevolente com a cidade maravilhosa, pois não computou outras importantes mazelas que tanto afetam a atividade empreendedora e estimulam importantes empresas a migrarem para outras cidades.

Estou referindo-me a dois gravíssimos problemas do Rio de Janeiro, a interminável e cultivada violência urbana, que impede uma vida saudável e tranquila na cidade, tanto no aspecto residencial como no empresarial, e a falta de mobilidade urbana que impera em toda a região metropolitana.

Enquanto tivermos uma segurança pública negligenciada, politizada, duvidosa, mal remunerada e desrespeitada pelos poderes públicos, não teremos os importantes e portentosos investimentos privados que a cidade tanto precisa. Como grandes empreendedores e empresários poderão investir em negócios no Rio de Janeiro, se terão que gastar fortunas com sistemas complexos de segurança pessoal e patrimonial, pagar prêmios de seguros exorbitantes, pagar tributos elevados, assumir pesados custos incidentes sobre seus produtos ou serviços e, ainda assim, correr altos riscos de assaltos e violências físicas, sem ter a quem recorrer? Quais empreendedores e empresários seriam tão ousados ou irresponsáveis para investir numa cidade onde a bandidagem dá as cartas e a justiça assiste a tudo passiva e covardemente?

No quesito mobilidade urbana, o estudo aponta alguma melhoria no trânsito da cidade, mas tais melhorias são pontuais, ou melhor, zonais, visto que beneficiam parcialmente a ligação entre a Zona Oeste e Zona Sul, via Barra da Tijuca. Numa visão sistêmica da região metropolitana, o Rio de Janeiro ainda está devendo muito em mobilidade urbana, pois não segue um planejamento de transportes apartidário e com continuidade administrativa, e não consegue organizar um sistema de transportes metropolitano integrado, em termos físicos e tarifários, abrangente, que atinge todos locais onde há demanda por transporte, e econômico, que oferece aos cidadãos uma tarifa justa e adequada ao seu poder aquisitivo.

O Rio de Janeiro ainda depende fundamentalmente do modo rodoviário, ou seja, ônibus convencionais e BRTs, cujas capacidades de transportes são baixas para atender os corredores de alta demanda onde atendem. O modo metroviário, que é um transporte verdadeiramente de alta capacidade, ainda é insuficiente na cidade. Essa situação da mobilidade urbana também afeta a atividade empreendedora e empresarial no Rio de Janeiro, pois encarece o custo dos recursos humanos, em termos financeiros e de produtividade, uma vez que a maioria dos trabalhadores reside nos subúrbios ou nos municípios da região metropolitana e sofrem de 3 a 4 horas por dia, em média, dentro de um modo de transporte, normalmente, desconfortável, impontual e inseguro.

Por isso, com muita tristeza, eu questiono a posição do Rio de Janeiro no ranking do ICE e gostaria de conhecer outras opiniões sobre o assunto, especialmente, se a cidade maravilhosa seria mesmo um bom lugar para empreender. Quais seriam as soluções imediatas para que o Rio de Janeiro volte a atrair empreendedores e empresários que possam investir em empresas e negócios geradores de emprego, renda, qualidade de vida e desenvolvimento econômico?

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